Prólogo: faz um bom tempo que recebi essas informações sobre o nosso inhame. Se gostei? Ora, se antes era um comilão de inhame de primeira, depois delas, acreditem, torrnei-me o mesmo comilão, porém mais de primeira do que nunca! Aprendi: mais que uma saborosa comida, o inhame é também um saboroso remédio. Se brincar, com o inhame ou não, ele serve para tudo, até “queda de rede”! Nunca vi um tubérculo – é assim mesmo? – africano – sua origem – mais milagreiro! Comeu inhame? É batata! Está comendo saúde! – 1berto de Almeida.
Santo de casa não faz milagre?!
O santo: Inhame, aquela batatinha que por fora é marrom, cabeludinha, e por dentro branca e viscosa.
A casa: Qualquer uma neste Brasil imenso, pois o inhame é nativo e dá em qualquer grotão, qualquer barranco úmido.
Em primeiro lugar serve para comer e é gostoso. Compete com a batata, que não existia aqui na época do descobrimento e foi trazida pelos europeus.
Tudo que ela faz: sopa, purê, rodelas fritas, camadas que se alternam com berinjela para gratinar no forno, e mais: o inhame é tão feculento que substitui a farinha no preparo de empadões, empadinhas e massas de torta em geral. Basta cozinhar, amassar, temperar com um pouquinho de farinha de milho para fazer bolinhos, muffins e outras guloseimas.
ALÉM DO GOSTO BOM, pois é uma delícia!…
Junto com esse primeiro lugar, que é comer, vem uma vantagem enorme sobre qualquer outro tubérculo (batatas em geral, mandiocas, inhames do norte, cará).
É que o inhame limpa o sangue, fortalece o sistema imunológico e protege de infecções transmitidas por mosquitos, como dengue, malária e febre amarela. Não evita a picada, mas impede que os micróbios infectantes se instalem e proliferem. As picadas não coçam nem inflamam. Isso já foi comprovado cientificamente (empiricamente nem se fala), tanto que o inhame sempre foi utilizado pela farmacopeia brasileira até mesmo como coadjuvante nos tratamentos de infecções poderosas, como a sífilis.
Bem, em segundo lugar, o inhame tem uma propriedade única: aplicado externamente, puxa para fora o que incomoda o corpo. Pode ser uma farpa ou um cisto, gaze esquecida na cirurgia, inflamação nos tendões, furúnculo, hemorroidas, artrite reumatismo, eczemas de qualquer tipo. Baixa a febre, trata queimaduras, desinflama cicatrizes, elimina o sangue pisado das contusões e pus de abscessos e tumores…
O curioso é que ninguém sabe disso. Por quê?
Elementar, não vende em farmácia, não aparece na TV. Faz parte de um acervo cultural que a humanidade vai perdendo, enquanto se acostuma a ler tudo em caixinha e com bula. No entanto, sua eficácia pode ser comprovada com a maior facilidade. Basta comprar na feira e usar. É só usar!
Para fazer emplastro que puxa tudo, descasque o inhame, rale na parte mais fina do ralador, misture com 10% de gengibre (também ralado) e um pouquinho de qualquer farinha ou amido para dar liga.
Aplique no local afetado uma camada bem grossinha, de um centímetro, cobrindo com uma gaze e deixando agir enquanto estiver úmido. Vá trocando o emplastro duas ou três vezes por dia até obter o resultado, que em geral é rápido.
Unha encravada: Taí um milagre que esse santo inhame faz brincando. O emplastro desencrava qualquer unha em 24 horas (no máximo 48), eliminando totalmente a inflamação e deixando-a normalzinha de novo.
Para cistos no seio e mesmo tumores que serão retirados, a aplicação do emplastro durante duas semanas é extremamente útil: se não fizer desaparecer o problema, junta toda a matéria semelhante num só local e evita escarafunchações cirúrgicas desnecessárias.
Mas não acredite em nada disso. Experimente, veja, sinta. Aí, se achar justo, prestigie o santo: tenha sempre inhame em casa, coma e ame!