(um texto de J.M.Victor)
Os governadores Pedro Moreno Gondim e João Agripino filho nunca escreveram um livro, mas os seus nomes ficaram registrados nos livros da história política da Paraíba. Pedro é reconhecidamente um grande estrategista, e João o cavaleiro da honestidade. Esse até parecido fisicamente com o cavaleiro da triste figura. A história foi contada por Um companheiro do Conselho Estadual de Cultura. Ele me confirmou que numa reunião, João Agripino iniciou assim:
– Não aceito que secretário de Estado faça alguma coisa errada!
Um dos que estavam presentes levantou-se e disse:
– Eu não faço errado nem que o senhor mande!
Acabou a reunião.
José Cavalcanti que foi um grande prefeito de Patos me contou na sua residência da praia do Bessa, que certa vez o governador Pedro Gondim, sobrevoando a região das espinharas , perguntou ao seu assessor de quem era a fazenda abaixo. O auxiliar respondeu que era a cidade de Quixaba. Sendo o governador responsável pela emancipação política do município, respondeu apenas:
- Nunca mais cometerei um crime desse.
O meu tio Edmilson Mota que foi um dos melhores prefeitos de Patos me contou que viajando com Pedro Gondim e João Agripino em 1982, quando eles eram candidatos respectivamente a senador e deputado federal, ouviu no caminho para cidade de Mãe D’água, o seguinte diálogo entre os dois: João Agripino observando o caminho olhou para Pedro e disse:
- Quanta pedra…
E Pedro Gondim sem rodeios:
- Só tem pedra…
João Agripino tossiu e acrescentou:
- Só dá para vir pedir votos…
Pedro deu o veredito:
- Não dá nem para vir agradecer.
E continuaram no caminho poeirento tossindo durante todo o percurso.
A propósito, encontrei na minha biblioteca um livro de João Agripino quando ele era ministro do Tribunal de Contas da União.