Tudo a mesma coisa. A mesma rotina de elevador. Nada muda. Nem as pessoas que poderiam mudar essa rotina. O mesmo caminho. Na sala a conversa é a mesma. Nenhuma novidade. O assunto não poderia deixar de ser é lula. O PT. Sergio Moro. Não poderia ser diferente. Isso não. Nunca.
Mas a vida das pessoas que encontro em nada mudou. Não mudará. As vidas dos acomodados se resumem no ter o que comer e poder morrer do próprio veneno. A bebida. O fumo. O pó. Esses que encontro no meu caminho, esse comum, não vivem disso. Nem para isso. Vivem por si.
Eles costumam dizer que a vida tem que ser vivida e muito bem em todos os sentidos. E agora. Nesse ponto não sou reticente. Estão corretos. Aqui e agora. Mas eles não pensam assim. Aqui. Eles pensam o “aqui”. O Apenas. “agora” eles deixam pra depois
Tento mudar o caminho. O meu não, o caminho pelo qual eu chego a eles. Não passo por esse caminho. A mesma entrada. Os mesmos acenos. Tudo automático. Nada de diferente vejo nos seus gestos. Não há.
Eles falam e falam, mas nada dizem. Também não queria ouvir o que eles tem para dizer. Nada eles tem. Falam. Apenas. E assim, sem nada para dizer, eles continuam falando. Silencio. Nesse meu silêncio cabe todas as palavras que eles falam. Dormem ali. Elas. Sem sentindo. Insônia. Ele tem palavras insones. Não dormem e não deixam o meu silêncio dormir.
Saco.