Humberto de Almeida Eu Plural
Eu gosto do filme todo. Os diálogos? Acho mesmo que desses talvez eu goste ainda mais. O Casablanca de Michael Curtiz é um dos meus três filmes preferidos. Os outros vocês sabem… Ou não sabem? Eu digo: A felicidade não se compra e Desencanto. Tudo bem. Tem outros como Cinema Paradiso e Um Corpo que cai. Mas acho bom ficar nesses dois. Assim serei curto, sem nunca chegar a ser grosso.
Entre as muitas boas frases do filme de Michael Curtiz, essa do Rick Blaine (Humphrey Bogart) respondendo a Ugarte (o maravilhoso Peter Lorre!) é uma das minhas preferidas:
- “Você me despreza, não é?”.
E Rick, sem perder a fleugma (seria esse apalavra mesma?) característica, respondendo:
- “Se eu pensasse em você, provavelmente o desprezaria”!
Um soco do Mike Tyson nos seus melhores dias!
Vez por outra lembro o filme Casablanca (1942) e essa frase parece saltar-me dos olhos! Não sou Rick, como me disse um dia o bom Pedro Osmar que gostaria de ser, mas também costumo responder assim àqueles que vez em quando vem com esse pergunta idiota: se eu desprezo alguém de quem tenho raiva?
Ora, essas pessoas nefastas não poderiam causar-me nenhum mal! Por quê? Ora, porque simplesmente as ignoro! Vocês podem acreditar: não conseguiria ter ódio nem sentir desprezo se delas eu não me lembro nem um pouco! Elas são assim como uma lembrança que há muito teve o seu tempo de validade vencido (gostei). E, lembrar-me delas, seria valorizá-las. Mesmo que essa lembrança seja apenas para dizer que as desprezo!
Assim, como um dia escrevi aqui neste mesmo espaço, não costumo ler mensagens via celular, pois, se quisessem falar comigo, pelo menos até quando eu carregava comigo essa coleira tecnológica (celular) comigo, ela estava pronto para isso. Mais: e entre o ódio e o despreza vou sempre preferir a indiferença. Em síntese: não as desprezo, pelo simples fato de não me lembrar delas!
E viva Casablanca!
