E quando eu estiver triste de não ter jeito ?!

E quando eu estiver triste de não ter jeito ?!

O verso  aí é do Manuel bandeira. Foi ele, o poeta, que me veio à cabeça quando nessa manhã triste de não ter jeito, ele chegou e disse que estava cada dia mais triste. Era  uma tristeza d tão grande que, assim como algumas pragas – isso mesmo: pragas -, a gripe, por exemplo, também me pegou. Amanheci assim, meus amigos, triste, mas não triste que não tenha jeito.  O meu “triste” tem. Mas, por enquanto, desculpem este pobre Malabarista de palavras. Amanheci com o vírus da tristeza.

 Mas não estou triste de não ter jeito. Pausa Nem alegre. Também não estou poeta – nunca estive – como o poeta Bandeira. Às vezes, como me acontece agora, se alguma dor me acomete, todo o respeito aos que sentem diferente, essa não tem nada de física. Passou e não senti. Estava dormindo. Melhor: fizeram-me dormir. Nada sentia.  Nada eu Sinto.  

Agora, passada a dor que não senti, uma dor que não é visível, mas apenas sentida por mim, essa que somente sabe e sente é quem por ela passou, sinto  uma pedra no caminho do meu bem-estar. Assim, estar bem, confesso que não estou. Permitam-me. Uma merda. Estou mesmo triste. Ando – mesmo parado – triste. Mas tem jeito. Ainda.

 Afinal, o que vocês têm a ver ou sentir com isso? Nada! Também não quero que alguma coisa, por causa da dor minha, vocês sintam. Trocando em miúdos: a dor é minha e ninguém tasca. Senti primeiro.

Sei que alguns colegas, muito antes deste MB, sentiram um dia doer lá dentro também.  Ali, bem no fundo, onde um mergulho pode ser fatal. Mas, cada dor, assim como as impressões digitais, é diferente. Cada um tem a sua. Ninguém sente a mesma dor do outro. Agora, assim como disse e provou o físico alemão, a dor é relativa. A tua dor, mesmo menor para muitos, pode ser maior que a minha. Essa que acho – sinto – não existir outra maior.

Afinal, um dos meus dois leitores pode perguntar, que dor é essa, 1berto?!? E assim, sem demonstrar a dor que sinto, respondo sentindo: não interessa a ninguém! A dor é minha!  E sendo minha, em se tratando de dor, prefiro curti-la sozinho. Curto. E sem nunca ser grosso. Pausa. Verdade. Apesar   desse meu reconhecido bom-humor, hoje amanheci triste de – quase – não ter jeito.

 Vi e vim. E vencido pelo enfado, mesmo não sendo réu, confesso que desde já eu torço para que o no final o Zé Povinho não seja o escolhido para morrer outra vez. Esqueço a tristeza. Mas nem por isso posso afirmar que estou alegre. Não estou. Obrigado a ser feliz? toda obrigação é péssima, é um caminhar sobre um arame fino de não ser visto pelo olho do equilibrista. A salvação? é que o meu pé é da grossura do arame.

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