espalhando palavras para depois descansar os olhos…

espalhando palavras para depois descansar os olhos…

anoiteceu. tudo bem. outro dia virá. todos os dias são a mesma rotina de elevador. quase todos. hoje nada aconteceu de novo. mas não espero que o novo sempre aconteça. acostumado estou com o antigo. mesmo sabendo que o novo sempre vem. inexoravelmente.

acontece que tenho andado um tanto cheio de mim. às vezes.  outras vazio. os livros não me atraem tanto. sempre atrasado cinco ou dez nesta minha curta vida. todas as vidas são curtas. nenhuma é tão longa quanto a arte. todos mortais. a arte não.

uma das coisas que sempre carreguei comigo foi o silêncio. o meu. às vezes o divido. outras o compartilho. um silêncio único e guardado nos salões dos ouvidos é doído. barulhento. incomoda os que estão fora e os muitos que vivem dento de nós. somos multidões. todos.

  não são raros momentos assim. esses em que a vontade de partir sufocar a dor de ser obrigado a ficar. ficar consigo. ficar com a ausência anunciada.

passa por esta minha cabeça em constante estado de revolução. nada fica dentro dela. passa voando como uma estrela cadente com pressa de ocupar o seu lugar no espaço. ou fora dele.

de repente na tela dos meus olhos as imagens de um filme que vi tempos outros insistem em aparecer desbotadas. insisto. nunca desisti de mim. nem dos meus.

anoiteceu!

não tem sinos gemendo. um cão uivando de dor. uivando para a lua. esse está. este tem. um cão uivador. uiva dor. escurece. 

a claridade do dia invade os meus olhos. sou todo luz! somos!

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