Não tenho culpa se ando mais descrente do que nunca. Tudo bem que – ainda – estou com saúde e durmo em paz. Saúde e paz. Paz e saúde. Os dois pilares para uma vida só agradecimento. Pausa. Não deixo de agradecer.
Mas é essa descrença no mundo e na humanidade que muitas vezes me faz ser ingrato com a vida. Tenho sentido o quanto descrente estou vivendo. Nem no homem eu creio. Especialmente. Na humanidade.
Não sou um niilista perfeito. Nem tanto nem tão pouco. Não sou daquele time do Nietzsche. Esse infelizmente por muitos falado e poucos entendido. Um niilismo que nega a vida porque essa é sinônimo de dominação. Esse da busca insensata pelo individualismo. Ora merda! A minha descrença é mais profunda.
Faz tempo que ando duvidando mesmo das minhas maiores certezas. Ateu? Não sou. A minha crença vai além dessa minha vontade de descrer em tudo. Em síntese: não acredito no homem. Pausa. Nem na mulher. Na criança? Mais tarde essa também não terá a minha crença.
Em tempo: “Sou um crente – e por que não o ser? A fé desentope as artérias; a descrença é que dá câncer!”