Toda manhã estou por lá saboreando a tapioca que somente ela sabe fazer. Gotosíssima! Parece até que descobriu o segredo de Dona Chiquinha para deixar essa iguaria tão gostosa! Hoje não foi diferente. E, dessa vez, emocionou-me de novo. Assim que me viu caminhando em direção a sua – não é mais dela, vendeu por R$ 5 ou 6 mil – barraca, pediu-me desculpas por não ter botado a mão na massa. O motivo: uns fregueses pediam tapioca com queijo, e ela não tinha quem fosse comprar R$ 4 do produto. Ora, nada demais! Faço questão de ser, nesse caso, “menino de recado”! Fui, comprei e, rápido como um menino que corre para abrir o presente de Natal, voltei: o queijo estava comprado. Foi aí que a emoção pegou de jeito este sujeito que, apesar de “herdar no sangue lusitano uma boa dose de lirismo, alem da sífilis”, é um sentimental: ela chorava agradecida! Chorava de verdade! E, os olhos ainda molhados, olhou para o céu e agradeceu por este escriba existir… não conto mais… não posso. Meu Deus, tão pouco!