Caminho, caminho, caminho… ora, caminho!

 

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

– Mario Quintana.

Quinta-feira. Manhãzinha. Abro a janela e dou bom dia ao sol. O meu. Ele me responde sorrindo. Os seus dentes de raios brilham para mim. O sol nasce para toldos! E aquele que tem as sujas janelas desprotegidas, poderiam muito bem apelar para esses. Toldos.

Abro a minha janela e vejo o caminho aberto em minha frente pedindo ajuda dos meus pés para existir. Ele, porém, o caminho, não depende desses meus pés costuradores do tempo ratificando a sua existência.

Há muito que aprendi a fazer o meu caminho. Não dependo de outros que passem antes mostrando que esse caminho é o mais seguro. O caminho é seu e somente você sabe o momento certo de pegar um atalho. Não pego atalhos.

O caminho, por mais difícil que seja esse, é aquele que os meus pés desejam. Estou abrindo um novo caminho para estes pés caminhadores. Caminham dores. Mas, pensando bem, esse não será apenas mais um caminho, será aquele me levará de volta parra mim.

Nesse caminho, aprendi, ninguém me levará, pois, sendo um caminho somente meu, quem me levará sou eu. Sem atalhos ou medo das pedras no caminho. Ah, pedras? Essas sempre existirão! E caminhos também! Mas essas pedras não podem atrapalhar o caminho que estou seguindo. O caminho que seguirei. Elas, essas pedras, aproveitarei para atira-las no primeiro lago que encontrar na minha frente, para  ver a vida começar em círculos!

Estou começando. Recomeçando. O lago fica logo ali. E as pedras que nele atirarei não estão muito longe. O meu caminho é somente meu! E as pedras, assim não poderia deixar de ser, também.

Passarei. E elas, essas pedras tão faladas, também passarão!