NA FEIRA DE OITIZEIRO TEM TUDO QUE A GENTE QUER!

NA FEIRA DE OITIZEIRO TEM TUDO QUE A GENTE QUER!

Todo o domingo faça sol ou faça chuva este escriba mesmo que não tenha nada para fazer ali vai à feira livre de Oitizeiro.  Essa feira que só não ganha para o ex-lixão do Roger porque o número de “urubus” é muito menor. Mas da mesma forma que as crianças disputavam o “melhor” do lixão, infelizmente ali elas disputam as sobras dos balcões improvisados de verdura e pedaços de carne para cachorro que caem dos sujos balcões dos magarefes.

Gosto de papo-de-feira. Muitos são melhores que muitos papos-cabeça que tenho escutado entre o Cony o Xexéo e o Heródoto Barbeiro. Tudo bem. O papo, assim como a feira, é livre. Uns falam da cachaça do sábado ainda cambaleantes, enquanto outros, para a minha surpresa, procuram comprar um… Vestido de noiva ou um par de sapatos de salto Luiz XV.  Os preços são os mais incríveis e as ofertas tão esquisitas quanto tentadoras.

Domingo passado, esse mesmo no qual encontrei o companheiro de longas noites e bares fechando a madrugada, Hildeberto Barbosa Filho, poeta e crítico mor da Província das Acácias, ouvi pérolas que se fossem atiradas aos porcos, considerando o seu valor, pela primeira vez os porcos aceitariam e as tirariam da lama.

Ouvi um sujeito pedir – eles falam “posso pedir?”, “posso botar preço?”, “posso dizer a volta?” – R$ 120 reais num radinho de pilhas e o outro, ato continuo, oferecer… R$ 20 reais! E se eu disser que o “vendedor” respondeu “tá vendido!” vocês não acreditam. Mas acreditem. Foi verdade.

Nunca fui à feira de Caruaru. Aposto que muitas coisas que a gente tem aqui eles não têm por lá. Vice e versa. Encontro de tamanduá bandeira a casal de esquilos treinados para dar saltos mortais. Muito fácil encontrar rãs vacinadas e prontas para um jantar a dois sob a luz de velas. Tem ainda casais de jabuti que, segundo o vendedor, acabaram de transar e os “meninos jabutis” estão a caminho. E papagaio falador que por estranhar a gritaria não dá uma só palavra? Porém, mesmo assim, dando o pé já tem assegurado um bom preço.

O mais incrível foi encontrar um sujeito vendendo. Abelhas africanas!  Elas, as abelhas, estavam dentro de uma colméia que guardava dentro de uma lata. E dentro da colméia a rainha e algumas operárias. Quem tivesse a coragem de comprar as ditas cujas receberia no ato um manual intitulado “como criar abelhas e conseguir em apenas poucos meses ganhar dinheiro com a venda de mel puro e de bom gosto o suficiente para comprar outras colméias que duplicarão ou triplicarão o dinheiro investido em pouco tempo”.

Eu gosto de feira. E mais ainda quando ela é realizada fora de um shopping desses que cheiram a plástico mofado. Na Feira de Oitizeiro você encontra de tudo. Mesmo as coisas que não procura você encontra por lá. Diu para beija-flor; absorvente íntimo para borboletas; camisinha – no caso “camisão” – para burros e jumentos, tamanho único. Um dia ainda com certeza vou encontrar na feira políticos genéricos e comprar. Esses são mais honestos e saem muito mais barato para o meu bolso. Faça um teste.

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