Que Coisa Adolescente, James Dean!

Que Coisa Adolescente, James Dean!

Depois daquele histórico “bum” da TAM e o silêncio que pairou sobre todo o mundo, o medo vencendo a esperança, este escriba acreditando na probabilidade de que outro acidente de igual teor, por falta de freio ou excesso de velocidade não irá ocorrer tão cedo, vai viajar por aí, solto no espaço, mas dentro da barriga desse pássaro de ferro; Vou matar saudades e, com certeza, deixar lembranças.

Mas, diferente do Belchior, réu confesso daquela famosa entregada em que com medo de avião, coisa bem adolescente, segurou fortemente no “cetim” do parceiro Gilberto Gil, sou daqueles que não falam em corda na casa de consertador de relógios. Entro no pássaro de ferro e, coragem exalando pro todos os poros, deixo o medo do lado de fora. Por quê? As passagens que compro não dão o direito de levar o medo em companhia. Sempre assim. Cada um na sua e eu na dela.

Voar mais que nunca deixou de ser um privilégio dos pássaros. Entrar num avião, apesar de conduzido por outros, é criar asas, cortar os céus, flertar com o infinito. Vou por aí. Voo por aí. Não à procura do que não perdi, mas ao encontro do que sei me pertencer: o direito de voar sem pena (ou seria “sem penas”?) ainda vale a pena. Apenas isso? Por aí.

O ex-presidente e atual encrencado Lula, disse que todas às vezes que entra numa aeronave entrega a sua – isto se ele ainda a tiver – alma a Deus. Eu como não acredito em alma, mas acredito em Deus, entrego-me é todo, corpo e essa alma da qual sempre duvidei, aos seus cuidados. Tomara e queira Deus que ele, o Lula, um presidente que nunca nada sabe e nada ouve e nada vê, praticando a arte ainda em vigor do “você sabe com que está falando?”, ache que a sua condição presidencial irá receber uma atenção mais especial que a minha.

Nas vezes outras em que tirei os pés do chão e coloquei a bunda numa cadeira de avião um friozinho leve, muito leve, embora mais pesado do que ar, como o dito cujo, fez com que meus países baixos subissem, subissem e chegassem quase a garganta. Viajei pisando em ovos. Dessa vez, podem anotar, não vai ser diferente daquele carnaval de medo que passou. Se a primeira a gente nunca esquece,na segunda, mesmo com todo o esforço, a gozada nunca é a mesma.

Quem costuma voar com esse pássaro de bico fixo e asas de poucos movimentos sabe que não tem jeito. Toda viagem é uma primeira vez. Ninguém entra no avião como se estivesse entrando em um apartamento, comprado com o dinheiro do próprio bolso, onde a mais bela das amantes está esperando. Mas que é uma beleza voar com esse pássaro e lá em cima descobrir o quão somos insignificantes, disso nunca terei dúvidas. Uma beleza olhar lá de cima e descobrir,como um dia descobrira o Presidente Figueiredo, aquele sempre lembrado porque pediu para ser esquecido, que moramos em um país muito alto! Sem medo de avião, vou voar por aí.

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