Esse papo meu tá qualquer coisa ou a minha vida é um livro 1berto
Sábado. Estou de passagem pela ótima Livraria de Luiz. Ver. Apertar – o álcool é bom conselheiro – mãos amigas. Encontrar os amigos e membros titulares dessa confraria. A Confraria da Livraria do Luiz.
Uma beleza.
Você sente como se estivesse em casa cercado de irmãos. Irmãos de papel, não. Verdadeiros. O clima de uma livraria é aconchegante. Sempre. Livros e amigos me fazem um bem danado de bom.
Fazia um bom tempo que não a visitava. O motivo? A covid. Essa em primeiro lugar. Outro? É que tenho andado muito comigo e observado que há muito não fazia isso. Assim mesmo: andar comigo.
O objetivo maior da minha visita – por que não confessar ? – não foram os livros que faltam a minha ilha que deles – dos livros – está cercada por todos os lados. Ver os amigos, rever. Esse foi o motivo maior.
Sobre os livros não me canso de enfatizar que estou continuamente atrasado cinco ou dez ou mais nesta minha vida de versos e prosa. Os amigos não, sempre em dia. Mesmo distantes.
Dessa vez primeira – ainda com medo da covid – encontrei os cabras arretados e bons de todos os dias. Osvaldo Travassos, Chico Pinto, Paulo,Irani Medeiros, Paiva, Pinheiro – mandou um forte abraço para o bom e ausente irmão meu Dapenha – e Assis. Sem esquecer o bom Ricardo.
Se outros não encontrei, Antonio David, Zé Nilton, Gonzaga Rodrigues, Evandro Nóbrega, Guy Joseph, mesmo sabendo que entre esses alguns faltariam, a culpa foi da pressa imperfeita me levou de volta à minha ilha em “reconstrução” .
Dois livros voltaram comigo. Um que eu conhecia, tinha, mas não encontrei em minha ilha, foi o do Nêumanne Pinto, o seu “Os dez mandamentos para um escritor iniciante no Brasil”. O livro ? Um papo sobre o assunto que o título diz tudo. Ou quase. Do bom Irani Medeiros – gosto um bocado do seu texto – foi o seu bonito “Inácio da Catingueira” (o pandeiro da liberdade“).
Pois é. Sou um sujeito faminto nesse campo. Peraí. Mas peraí. O meu campo não é o mesmo da manada do Bolsonaro nem do Lula. Duas manadas. Falo desse campo onde a gente quanto mais come, mas fome sente: o literário.
Sobre o Inácio, para terminar esse papo meu que tá qualquer coisa, como não diria o Caetano, o mistério continua: o meu sobrenome é Almeida por parte de pai, o meu, o Compadre Heráclito. Mas, por ninguém saber quem foi o pai de Inácio, Inácio ficou com o nome da cidade em que nasceu, como sobrenome dele. Ficou bonito, não ? Mais ? Direi no próximo parágrafo.
Inácio morreu novinho em versos e repentes. Dizem que foi pneumonia, dizem. Mas desconfio. Um poeta bom como ele deve ter morrido mesmo de repente. Afinal, coração de poeta é frágil. Deve ter morrido assim, de repente, não aos poucos com os pulmões lhe faltando ar aos trinta e três anos de idade.
Pronto. Volto ao meu vinho antes que ele me deixe. Vinho quente é um veneno. Depois conto mais.
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2022-03-12