SINGULARMENTE PLURAL PASSEANDO ENTRE HISTÓRIAS E PENSAMENTOS

SINGULARMENTE PLURAL PASSEANDO ENTRE HISTÓRIAS E PENSAMENTOS

# – NESSE EXATO INSTANTE, esquecendo o mundo lá fora e cuidado da minha ilha cercada de livros e discos e filmes por todos os lados, estou na minha ilha. O Barco que me leva à beira-mar? Saramago, o José!  Vez em quando uso esse barco de papel que atravessa todo o mar da minha angústia, sem perder o rumo e se molhar. Mais uma vez o Memorial do convento.  Ficção e história. Religião. Guerra e crítica social. E que prazer! Saramago era – ou seria é? – o cara.saramago 1 

# – NÃO SEI SE ACONTECE com os que têm a minha idade. Mas, quando essa chega, vai nos pregando em casa e fazendo dessa um reino que não se troca pelo melhor cavalo do mundo.  Sempre se tem, na minha idade, anos muitos depois de navegar, essa como um porto seguro. Paz! Talvez seja essa a procura que não raras vezes esquecemos que podemos encontrar em nosso quarto de dormir ou na sala de estar. Estar bem, ressalte-se, estar bem. paz 

# – OLHO PARA A REVISTA ao lado – muitas vistas e revistas – e a pergunta salta-me na cara que um dia foi lisa: “Deus existe?” A propósito, percebo que hoje, um pouco menos é verdade, em nosso sincrético país cheio de fé, são poucos os que vivem procurando respostas e conforto nos livros de autoajuda e nas religiões.  Eu? Nunca duvidei da existência de Deus.deus e adao

# – LEMBRO AINDA QUE, segundo os especialistas em pesquisas, o maior “país católico do mundo” tem 73,8% de católicos, mesmo com muitos não praticantes como eu, A mesma pesquisa, ainda, não vacila:  97% dos brasileiros acreditam em Deus, 2% duvidam e um e apena 1% não acredita!  Trocando em miúdos: Deus, o meu e o de muitos, ganha de lavagem!

# – DE REPENTE ME DEU uma vontade danada de ler a Doris Leasing. “As avós” bem que serviria.  Lembro-me da primeira resenha.  A história de Duas amigas de infância, Roz e Lil. A memória nem precisou do Google. E, assim como faço quase sempre, pesquisei no Sebo Cultural do bom Heriberto. Resultado? Nada! Doris Leasing? Tem A canção da relva, O Carnê Dourado, o Eco Distante da Tormenta… Mas, As avós, nem pensar. Tudo bem. Volto ao excelente Melhores contos do meu muito bom e correspondente Fausto Wolff, hoje morando noutra cidade.doris

# – O NOSSO ÓTIMO DOCUMENTARISTA Vladimir Carvalho, costumava dizer que tinha a mania de parar em frente ao espelho e, após ajeitar os longos fios do cabelo, lembrando o José Lins do Rego e deixando os mesmos espalhados na cabeça como o autor de Menino de Engenho, e achar-se parecido com ele.  Hoje eu tenho poucos cabelos. Mas olhando-me espelho todos os dias, nas mais diferentes posições, sinceramente, não me acho parecido com ninguém, O fato é que mesmo sendo plural, sou uma pessoa singular. vladimircarvalho

# – O MUITO DIFÍCIL PARA MUITOS, Guimarães Rosa, em uma frase lapidar, mostrou o quanto o homem é um ser desconfiado: “Eu quase nada sei. Mas desconfio de muita coisa”. Acho arretado esse – digamos assim – contraponto. Se ele não sabe de “quase nada”, eu posso afirmar, sem medo de estar errado, que de “Nada sei”. Verdade. Comigo não tem essa de “quase”. Considerando que sou tão   desconfiado quanto ele, pode apostar: desconfio de muita coisa e talvez até mais do que ele. guimaraes

 

 

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