um texto de VALDIR RANGEL
(Dedico essa crônica ao meu amigo Humberto de Almeida!)
O homem que escreveu o silêncio, que pouco fala mesmo, mais nesse pouco falar, ele escreve, transcreve, diz mesmo tudo que tem de ser dito e interessante. Ele fala escrevendo.
Emite ideias, faz críticas, diz palavrões com gracejos, diz verdades com tapas de luvas macias e tudo isso ele faz – acreditem! – no maior silêncio possível.
Ele é um Malabarista ou talvez um contorcionista que se equilibra nas linhas dos textos enquanto escreve palavras mágicas, formando textos completos de silêncios, mas que fazem barulhos com a sua total liberdade de expressão.
Quem é ele?
É o homem que escreveu “O que me restou do silêncio…”. Esse que se fez no silêncio das suas inúmeras crônicas, na tentativa de contribuir com as coisas do seu cotidiano. O relator do seu próprio espaço, sem esquecer-se de ocupar em silêncio o espaço dos fatos que o cercam.
É um jovem cinqüentão com a vitalidade ainda do garoto das peladas do campo do Agave, no bairro dos Expedicionários, e do campo da Vila em Jaguaribe. E com a eterna alegria e afirmando ser um jaguaribense da gema. Dedico essa crônica – ou tentativa – a esse homem. O homem que escreveu o silêncio.
Parabéns meu caro escritor do silêncio! Que bom contar com a tua amizade! Ouvir nesse teu silêncio que diz tanto e que é possível se fazer tanto sem fazer barulhos desnecessários!