Vou logo dizendo que não suporto essas datas comemorativas – sem esse S – voltadas para o comércio. Dia dos pais, mães, homem e mulher. suportar essas, pai que orgulhoso que sou dos filhos que tem, deixei de lado o insuportável que sinto, para lembrar o meu velho pai Heráclito de almeida, belo Compadre Heráclito. E nessa lembrança, como não poderia deixar de ser, lembrar também a minha eterna inocente e santa mãe, dona Chiquinha.
Dessa forma, com essa lembrança em par fica aqui a minha alegria e orgulho, muito mesmo, de ter uns pais como eles. Vocês não sabem – muitos apenas sentem, acredito – o que um filho orgulhoso dos pais que tem (não escrever “tive”, eles sempre os meus pais) é capaz de disser/escrever sobre eles. Orgulho? Acho pouco.
Mas esse orgulho é tanto nesse pouco, que assim escrevo – “acho pouco” – para não parecer um filho pretensioso demais. Os amigos próximos e mesmos distantes também sabem. Nunca me esqueço de lembrar que sou 1berto de almeida, filho do compadre Heráclito e dona Chiquinha.
Um dia não muito distante, brincando de compositor com o compositor sem brincadeira que é o meu irmão/parceiro Gil de Rosa, arrisquei-me a falar “cantando” sobre esse velho que por onde passou, deixou um belo e seguido rastro de integridade e de bom caráter.
Assim como um dia escrevi para dona Chiquinha “ela me ensinou a comer flores”, título que o meu poetamigo Iranir Medeiros vive a dizer por aí, com a autoridade do muito bom poeta que sempre foi, ser um dos mais belos – talvez o mais – títulos que leu em sua poética vida, comecei contando em letra também a história do meu velho pai em letra? O comecinho? Foi assim:
Meu pai era a alegria nos olhos
aquela em se comemora o dia da secretaria levando-a para comer fora. Não suporto. A secretária não, data comemorativa.
Hoje, porém, mesmo sem
Lembro do meu chegando
O olhar era triste eu sentia
- Tudo vai passar, meu filho
Amanhã será um outro dia
O olhar vinha sorrindo
Trazendo nele a certeza
De pratos até a boca cheios
E todos felizes a mesa
Pronto. Se homenageei (epa!) O meu pai no seu dia e no dia dos pais que somos? Sem considerações gerais a fazer. Tá tudo aí.